segunda-feira, 20 de junho de 2011

Os rumos do Movimento Estudantil de Filosofia em pauta*

“Ou os estudantes se identificam com o destino do seu povo, com ele sofrendo a mesma luta, ou se dissociam do seu povo, e nesse caso, serão aliados daqueles que exploram o povo”.

Florestan Fernandes

Entre os dias 17 e 23 de julho de 2011 os estudantes de filosofia do país estarão reunidos no VI Congresso da Associação Brasileira dos Estudantes de Filosofia, em Belo Horizonte/MG, sob o tema “O papel da filosofia para a compreensão da realidade social” para debater os rumos do Movimento Estudantil de Filosofia para o próximo período.

Para além das temáticas específicas da programação, que destacam desde a importância do trabalho de base e dos valores de uma prática militante até a reorganização do ME e da ABEF. É evidente que o ME em geral não consegue mais mobilizar os demais segmentos da sociedade em torno de suas reivindicações e até mesmo pautas corporativas só merecem atenção quando alguma reitoria é ocupada. O movimento de área enfrenta dilemas ainda mais complexos que gostaria de destacar a partir da experiência na atual gestão da ABEF.

De acordo com o MEC existem cerca de 220 Cursos de Graduação em Filosofia em atividade no país sendo que 63 são em IFES e 108 em IPES. Dos quais, 152 de licenciatura, 72 de bacharelado, 160 presenciais e 14 à distância. Nas IFES, cursos com currículos desatualizados e altamente influenciados pelos programas de pós-graduação e enfrentamentos mais constantes contra as conseqüências da expansão sem qualidade proposta pelo REUNI e a Contra Reforma Universitária. Nas IPES, cursos com baixa procura pelos estudantes que, em grande número, chegam à filosofia como segunda opção ou terceira opção para o ensino superior. Poucos Centros Acadêmicos construindo sistematicamente o MEFIL e muitos refletindo a postura dos cursos corporativos ou academicistas.

É nesse contexto que teremos que discutir profundamente uma nova linha de ação da ABEF para com os estudantes organizados e, também, para alcançar essa base distante dos estudantes de filosofia. Deliberaremos importantes questões como as ações que tomaremos para a efetiva aplicação da Lei nº. 11.684, de 2 de junho de 2008, que torna o ensino de filosofia e sociologia obrigatório no ensino médio e a nossa colaboração na proposta do movimento educacional para o Plano Nacional da Educação 2011-2020.

Procure o seu Centro Acadêmico e discuta com seus colegas os assuntos que destacaremos nessa edição do Congresso da ABEF. Participe da Eleição dos Delegados e contribua com a revisão da nossa Plataforma Política, do Estatuto e, também, da eleição da próxima Coordenação Nacional da ABEF.

*Arthur Bispo de Oliveira, estudante de Filosofia LP na Universidade de Passo Fundo e Coordenador Nacional da ABEF – Gestão 2010/2011.

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