segunda-feira, 21 de junho de 2010

Enquanto antes de morrer, José Saramago constata que:

Pensar, pensar

Por Fundação José Saramago

Acho que na sociedade actual nos falta filosofia. Filosofia como espaço, lugar, método de refexão, que pode não ter um objectivo determinado, como a ciência, que avança para satisfazer objectivos. Falta-nos reflexão, pensar, precisamos do trabalho de pensar, e parece-me que, sem ideias, nao vamos a parte nenhuma.

Revista do Expresso, Portugal (entrevista), 11 de Outubro de 2008 (postado em seu blog: http://caderno.josesaramago.org/2010/06/18/pensar-pensar/)

A cada dia os cursos superiores de Filosofia pelo Brasil e fora dele, passam por dificuldades tremendas, tanto dentro das universidades, mendigando espaço político, reconhecimento e recursos, quanto na sociedade, tentando mostrar a importância do filosofar nos dias atuais. Mas a cada dia são impostas exigências mercadológicas impedindo muitas vezes a abertura de novas turmas nos cursos, obrigando-os a fechar.

Em países onde os estudantes já se deram conta deste contexto e passaram a olhar além de seus umbigos, há forte resistência. Contudo, em terras tupiniquins, onde nem tudo é compreensível e os interesses políticos e econômicos parecem ser muito mais complexos do que são em todo o resto do mundo, não existe sequer um movimento estudantil, quando mais uma executiva de filosofia organizada… E isso não é por falta de militantes que tentem. Mas por falta de interessse dos e das estudantes. Que estão empregnados de suas ocupações pessoais (capitalistas) e esquecem-se de fazer uma análise um pouco mais atenta e verem que estas ocupações individuais, são em vão, porque não conseguirão usufruir de suas conquistas, como poderia ser…

Os filósofos e professores de filosofia não podem calar-se diante do óbvio: Este sistema de sociedade está falido porque concentra em poucos as riquezas, ao custo da exploração da grande maioria da população mundial. Assim, é claro que os donos do dinheiro e seus capachos, não podem deixar a filosofia manifestar-se livremente, muito menos apoiá-la. Porque sabem que esta é um instrumento fundamental na construção de novos modos de vida, além do capitalismo.

Fonte: Blogue Hamatos

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